domingo, 13 de dezembro de 2015

Jaboatonense ou Jaboatanense?

Esta semana fui questionado duas vezes sobre o gentílico de Jaboatão dos Guararapes. Os gentílicos ou adjetivos pátrios são uma classe de palavras que designam uma pessoa de acordo com o local onde nasceu ou em que reside. Desde os meus tempos de menino aprendi que quem nasce em Jaboatão é jaboatonense. Acontece que de uns dias para cá algumas informações trazem o termo grafado como jaboatanense. E agora? Como resolver este impasse?

Vasculhando pela internet, encontrei uma matéria de James Davidson, que em seu blog jaboataodosguararapes.blogspot.com, em postagem de maio de 2009, também faz referência a este tema.

No quarto verso da segunda estrofe do Hino de Jaboatão dos Guararapes, o autor, Benedito Cunha Melo, traz grafada a forma “jaboatonense”. Em visita à página na internet do Instituto Histórico de Jaboatão (IHJ), em dezembro de 2015, observei que o gentílico foi alterado para “jaboatanense”. Estranhei tal alteração.

Acessando o Jaboatão Notícias, página oficial da prefeitura, em 25/03/2011, observei a grafia da palavra jaboatanense. A mesma grafia também pude observar em 21/09/2011, quando o JC publicou matéria sobre o título de cidadão jaboatanense concedido a Paulo Freire.
O Diário Oficial de 26/07/2013 fala sobre o envolvimento da sociedade e de todos os educadores no Pacto pela Educação Jaboatonense.
O SINPROJA (Sindicato dos Professores de Jaboatão), em publicação do dia 19/03/2014, divulgou uma carta aberta à população jaboatonense.
A Câmara de Vereadores (www.camarajaboatao.pe.gov.br), em sua página oficial, acessado em maio de 2015, faz referências às “mães jaboatonenses” e “à sociedade jaboatonense”.

Comecei a pesquisar nomes de empresas e instituições e encontrei:
Churrascaria jaboatonense.
Ótica jaboatonense.
Clube Jaboatonense.
Mercadinho Jaboatonense.
Fundação Centro Jaboatonense de Educação, Ciência, tecnologia e Cultura.
Revista Perfil Jaboatonense.
Empresa Jaboatonense de Revenda LTDA.
União Jaboatonense dos Estudantes Secundaristas.
Associação Jaboatonense de Artesãos.
Associação Jaboatonense de Futebol de Salão.
Associação Jaboatonense de Artistas e Músicos.

Comparando este termo com outros gentílicos, observei que o município de Cubatão, em São Paulo, sofre do mesmo problema. Muitos grafam a forma “cubatonense”, mas outros preferem “cubatense”. Quem nasce em Fundão (ES) é fundoense, em São Simão (GO) é simonense, em Espigão d’Oeste (RO) é espigoense e em Tubarão (SC) é tubaronense. A Wikipedia, assim como a grande maioria das pessoas que entrevistei, também marca como gentílico o termo jaboatonense.


Assim, acredito que esta é uma discussão que não leva a nada. Não entendo a razão de polemizar o que a população já escolheu. É bom lembrar que os prefeitos passam; os professores, gramáticos e linguistas também passam. A história, a cultura, a língua e a cidade permanecem.

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