Segundo a Teoria da Comunicação, toda mensagem tem uma finalidade predominante que pode ser a transmissão de informação, o estabelecimento puro e simples de uma relação comunicativa, a expressão de emoções, e assim por diante. O conjunto dessas finalidades tem sido entendido sob o rótulo geral de funções da linguagem. O lingüista russo Roman Jakobson, propôs, em 1969, um modelo explicativo para o processo de comunicação verbal baseado em seis fatores:
1. FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA
Dá ênfase ao contexto. O objetivo da mensagem é a transmissão de informação sobre a realidade ou sobre um elemento a ser designado. Aponta para o sentido real das coisas e dos seres. O trecho a seguir, com um conteúdo essencialmente informativo, exemplifica essa função.
“À noite, vemos a lua no céu”.
“Minúsculas lâminas de ouro encontradas em sítios arqueológicos na Escandinávia permitem que se saiba mais sobre a vestimenta, os cortes de cabelo e as práticas religiosas dos vikings”.
2. FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA
Dá ênfase ao emissor. O objetivo da mensagem é a expressão das emoções, atitudes, estados de espírito do remetente com relação ao que se fala.
“ Que lua maravilhosa!”...
“ Estou desesperado e sem saber o que fazer. Sem comida e sem água, todos estão doentes e não consigo sair da tenda”.
3. FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA
Dá ênfase ao receptor. O objetivo da mensagem é persuadir o destinatário, influenciando-o.
“O Brasil vive um momento ideal para que os planos se tornem ações e as teorias partam para a prática. Cada brasileiro comprou para si a briga contra a fome. E o povo brasileiro conta com o apoio da sua empresa nessa luta.
Esta é a hora de mostrar sua responsabilidade social para com as comunidades mais carentes. Alimentar o Brasil é trabalho para um país inteiro. Mãos à obra.”
4. FUNÇÃO FÁTICA OU DE CONTATO
Dá ênfase ao contato entre o emissor e o receptor. Visa a estabelecer, prolongar, ou interromper a comunicação e serve para testar a eficiência do canal.
“Alô, alô, astronautas. Vocês conseguem me ouvir?”
- Juca!
- E aí, meu...
- Beleza?
- É isso aí, mano!
5. FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
Dá ênfase ao código. O objetivo da mensagem é falar sobre o própria linguagem. Consiste numa recodificação e passa a existir quando a linguagem fala dela mesma. Serve para verificar se emissor e receptor estão usando o mesmo repertório. Um exemplo evidente são as definições de verbetes encontrados nos dicionários.
“Lua: é o satélite natural da Terra.”
“Metalinguagem: linguagem que serve para descrever ou falar sobre uma outra linguagem, natural ou artificial.”
6. FUNÇÃO POÉTICA
Dá ênfase à mensagem. Aqui, a mensagem é mais centrada como fim do que meio. Opõe-se à função referencial porque nela predominam a conotação e o subjetivismo.
“A lua era um desparrame de prata.”
“Solidão é uma ilha com saudade de barco.”
Nos poemas, é muito freqüente a manifestação da função poética da linguagem. Ela também pode aparecer nos jogos de linguagem, nas propagandas.
OBS: É importante lembrar que uma mesma mensagem pode ter diferentes funções. Nesses casos, cabe identificar sua função principal, pois sempre há predominância de uma função sobre as demais.
EXERCÍCIOS
Identifique a função predominante nos trechos a seguir.
A) - Bom dia!
- Bom dia... ( Fática )
B) “Compre tecidos nas Casas José Araújo, onde quem manda é
o freguês!” ( Conativa/Apelativa )
C) “Ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados.”
( Metalingüística )
D) “Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente”.
( Poética )
Amei essas aulas. Valeu!
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