Esta semana fui
questionado duas vezes sobre o gentílico de Jaboatão dos Guararapes. Os gentílicos ou
adjetivos pátrios são uma classe de palavras que designam uma
pessoa de acordo com o local onde nasceu ou em que reside. Desde os meus tempos
de menino aprendi que quem nasce em Jaboatão é jaboatonense. Acontece que de
uns dias para cá algumas informações trazem o termo grafado como jaboatanense.
E agora? Como resolver este impasse?
Vasculhando pela internet, encontrei uma matéria de James
Davidson, que em seu blog jaboataodosguararapes.blogspot.com, em postagem de
maio de 2009, também faz referência a este tema.
No quarto verso da segunda estrofe do Hino de Jaboatão dos
Guararapes, o autor, Benedito Cunha Melo, traz grafada a forma “jaboatonense”.
Em visita à página na internet do Instituto Histórico de Jaboatão (IHJ), em
dezembro de 2015, observei que o gentílico foi alterado para “jaboatanense”. Estranhei
tal alteração.
Acessando o Jaboatão Notícias, página oficial da prefeitura,
em 25/03/2011, observei a grafia da palavra jaboatanense. A mesma grafia também
pude observar em 21/09/2011, quando o JC publicou matéria sobre o título de
cidadão jaboatanense concedido a Paulo Freire.
O Diário Oficial de 26/07/2013 fala sobre o envolvimento da
sociedade e de todos os educadores no Pacto pela Educação Jaboatonense.
O SINPROJA (Sindicato dos Professores de Jaboatão), em
publicação do dia 19/03/2014, divulgou uma carta aberta à população
jaboatonense.
A Câmara de Vereadores (www.camarajaboatao.pe.gov.br),
em sua página oficial, acessado em maio de 2015, faz referências às “mães
jaboatonenses” e “à sociedade jaboatonense”.
Comecei a pesquisar nomes de empresas e instituições e
encontrei:
Churrascaria
jaboatonense.
Ótica jaboatonense.
Clube Jaboatonense.
Mercadinho Jaboatonense.
Fundação Centro Jaboatonense
de Educação, Ciência, tecnologia e Cultura.
Revista Perfil
Jaboatonense.
Empresa Jaboatonense de
Revenda LTDA.
União Jaboatonense dos
Estudantes Secundaristas.
Associação Jaboatonense
de Artesãos.
Associação Jaboatonense
de Futebol de Salão.
Associação Jaboatonense de Artistas e Músicos.
Comparando este termo com outros gentílicos, observei que o
município de Cubatão, em São Paulo, sofre do mesmo problema. Muitos grafam a
forma “cubatonense”, mas outros preferem “cubatense”. Quem nasce em Fundão (ES)
é fundoense, em São Simão (GO) é simonense, em Espigão d’Oeste (RO) é
espigoense e em Tubarão (SC) é tubaronense. A Wikipedia, assim como a grande maioria
das pessoas que entrevistei, também marca como gentílico o termo jaboatonense.
Assim, acredito que esta é uma discussão que não leva a nada.
Não entendo a razão de polemizar o que a população já escolheu. É bom lembrar
que os prefeitos passam; os professores, gramáticos e linguistas também passam.
A história, a cultura, a língua e a cidade permanecem.